sábado, 17 de setembro de 2011

construtoras diminuem tamanho do imóvel para caber no bolso












Os preços dos imóveis no Brasil tiveram um grande salto nos últimos dois anos e o consumidor que busca a casa própria sentiu isso na pele. O mercado já notou que o ritmo de vendas não é mais o mesmo de tempos atrás e, por isso, mudou o perfil dos apartamentos para atrair compradores. Agora, a tendência é que as construtoras apostem cada vez mais em apartamentos menores nas grandes cidades






A área útil dos novos empreendimentos está cada vez menor porque o comprador não analisa o preço do metro quadrado, mas sim o quanto ela pode financiar, R$ 200 mil, R$ 300 mil ou R$ 400 mil, explica Eduardo Zylberstein, pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e coordenador do FipeZap – termômetro que mede o valor do metro quadrado em seis capitais e no Distrito Federal. Para ele, “construir imóveis menores é uma tendência do mercado atual”.


- Não tem mágica: as pessoas têm uma renda mensal e podem financiar um certo limite. O que acontece é que as construtoras estão fazendo uma ginástica para o imóvel caber no bolso. Isso é normal em cidades desenvolvidas, como Tóquio, Nova York, Londres. O normal é que os imóveis nos grandes centros sejam pequenos porque falta espaço. Se você quer uma casa maior, você vai morar em áreas mais afastadas.

Independentemente do tamanho do imóvel e do quanto você pretende financiar, é necessário definir o perfil da casa, passear pelo bairro e pechinchar muito antes de comprar, recomenda Luiz Paulo Pompéia, diretor de estudos especiais da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). Isso porque “90% da população brasileira que compra imóvel o faz só uma vez na vida”. 




- Primeiro, ele tem que analisar muito bem todas as questões que vão atendê-lo, como a localização. A casa tem que estar próxima de um núcleo comercial a menos de 10 minutos a pé, onde ele encontra farmácia, padaria, pizzaria, a escola dos filhos, supermercado, transporte público.

O próximo passo é escolher dois ou três imóveis com potencial de compra e começar a “pechinchar o preço no balcão do plantão de vendas”, diz Pompéia.

- Como ainda tem muita gordura, ainda dá para emagrecer esses preços, ou seja, ele ganha poder de negociação. Depois de escolher três lugares, pechinche, compare os preços e peça um abatimento de, no mínimo, 10%.

O diretor da Embraesp afirma que o desconto no valor do imóvel pode aumentar à medida que cresce o tamanho da entrada. Segundo ele, “você pode pedir um desconto maior porque quanto maior a entrada, maior o desconto no restante”. 






Zylberstein, da Fipe, lembra ainda que adquirir a casa própria é uma decisão que requer a opinião de todos os membros da família, além de considerar o impacto que essa compra vai causar no orçamento doméstico.

- Para quem não tem imóvel, para a maioria da população, comprar um imóvel significa alocar a maior parte da riqueza da família em um único bem, seja a atual ou a riqueza futura por meio de um financiamento. Uma decisão dessas, com essa importância, tem que ser tomada com cautela, considerando gastos com matrícula, corretagem e escritura, por exemplo.




Preços de imóveis sobem em Rítimo menor,dizem os especialistas

O mercado imobiliário brasileiro bateu recordes sucessivos nas vendas e os preços da habitação atingiram níveis exorbitantes nos últimos dois anos. No segundo semestre de 2011, os valores continuam em alta, só que em ritmo bem menor e o mercado já começa a apostar em estabilização. Diante desse cenário e do momento econômico brasileiro, compensa comprar ou vender um imóvel?


O mercado imobiliário é cíclico - uma hora sobe, outra estabiliza e depois cai. No entanto, a tendência para os próximos meses é que os preços se mantenham nos patamares atuais, ou seja, o mercado caminha para a estabilização, explica o diretor de estudos especiais da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia. Por isso, o momento econômico privilegia a venda de imóveis, diz o especialista.

- Está na hora de vender imóveis porque a gente vende na alta e compra na baixa. Os imóveis estão lá em cima e, por isso, está na hora de vender, não de comprar.

A tendência é que os preços da habitação no Brasil fiquem como estão nos próximos dois anos, embora seja possível uma “quedinha” muito suave em alguns casos que tiveram altas expressivas de preço. Essa possível redução deve ocorrer entre imóveis maiores e de maior valor de mercado, cuja oferta deverá superar a procura, diz Pompéia.

- Há alguns segmentos em que os compradores já negociaram seu imóvel, sobretudo entre R$ 300 mil e R$ 1,5 milhão. Nessa faixa, a demanda é maior entre R$ 300 mil e R$ 800, mas começa a ficar preocupante entre R$ 800 mil e R$ 1,5 milhão porque ou vai sobrar [imóvel] ou tem muito investidor que comprou nessa faixa [na planta] e, quando ficar pronto, o imóvel vai concorrer com aquele que estiver sendo lançado. Isso pode reduzir um pouco esse valor.

Além do possível recuo dos preços, o ritmo das vendas ficará menor: a “farra” dos plantões de venda, que comercializavam um prédio inteiro em apenas um fim de semana, ficará cada vez mais difícil de encontrar nas grandes cidades, prevê o diretor da Embraesp.

- No fim das contas, vai ter uma oferta de imóveis maior que a que temos agora. Hoje é difícil de registrar, mas daqui a seis meses, vamos falar que a redução dos valores começou em setembro de 2011. Ainda é embrionário, mas aquelas vendas repentinas, em uma semana, não se observa mais. Esse espaço de tempo deve passar a ser no tempo normal, em cerca de seis meses.

Zylberstein afirma que os preços dos imóveis no país ainda estão em “um ponto aceitável”, mas “enquanto o mercado de trabalho estiver favorável e o crédito facilitado, a gente ainda tem muita demanda e, por consequência, os preços têm pressão para subir”.